quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mais de noventa anos de história - Colégio Cruzeiro do Sul

Aos 91 anos, o triste fim do Colégio Cruzeiro 06/04/2004 Mais de noventa anos de história não foram suficientes: o colégio Cruzeiro do Sul, um dos mais tradicionais de Porto Alegre, não mais existe como instituição de ensino. Fechado no primeiro semestre do ano passado, o Cruzeiro – onde estudaram figuras como Érico Veríssimo, Josué Guimarães e Jair Soares, só para citar alguns exemplos – é hoje um conjunto de dois grandes prédios abandonados cujo destino, ao que tudo indica, deve ser mesmo a demolição. Por enquanto, alguns funcionários ainda dão expediente no local, ordenando papéis e atendendo alunos e pais de alunos que vão até lá em busca de histórico escolar e outros documentos arquivados ao longo de uma rica história principiada no início do século XX, quando um grupo de missionários norte-americanos da igreja Episcopal Anglicana fundou, no Partenon, uma escola que deveria seguir os padrões anglo-americanos de ensino. Na década de 20, princípio de 30, iniciou-se a construção dos atuais prédios, no bairro Teresópolis – então uma área quase rural, com chácaras e sítios. De lá para cá passaram pelo Cruzeiro centenas de professores e milhares de alunos que se orgulhavam de freqüentar uma instituição reconhecida pela excelência do seu ensino, aos moldes norte-americanos.O fechamento do Cruzeiro, no dia 19 de agosto de 2003, pegou a comunidade da Zona Sul de surpresa, não tanto pelo desconhecimento da sua situação financeira como pelo modo como foi feito. “Foi de um dia para o outro. De repente avisaram aos alunos que no dia seguinte não haveria mais aula”, conta a dentista Gladis Furlan Fay, que integra a Associação dos Ex-Alunos e conheceu a época áurea da escola. Gladis fez o primeiro e o segundo graus (Científico) no Cruzeiro, na década de sessenta. “O Cruzeiro, na época, era modelar, era fantástico. Os alunos, como é o meu caso, faziam Vestibular sem fazer cursinho e passavam tranqüilamente”, relembra ela. Ou, como diz a ex-aluna e ex-professora (durante 15 anos), Yara de Almeida Castillo: “Além dos excelentes professores, o grande diferencial do Cruzeiro era a liberdade. O Cruzeiro sempre foi um colégio misto, com rapazes e moças juntos, em uma época em que isso não era comum”. A ligação de Yara, hoje aposentada, com o colégio prosseguiu com seus filhos, netos e seu ex-marido, que estudaram lá. “Sinto saudades daquela época boa, das festas, do recreio que fazíamos na rua, dos esportes que praticávamos, dos excelentes professores. Havia uma intensa vida social”. Embora pertencente à igreja Episcopal Anglicana, o Cruzeiro era uma escola laica que não fazia proselitismo religioso, cobrava mensalidades relativamente baratas dos alunos e remunerava bem o seu corpo docente. Grande parte de seus alunos era procedente do interior, alguns dos quais vinham diretamente para o internato masculino que funcionava em um setor específico. TUDO NEBULOSO – Fundado a 13 de maio de 1912, o Cruzeiro do Sul completaria 92 anos no próximo mês. Mas por que um colégio tão tradicional fechou as portas tão de repente, enquanto tantas outras instituições de ensino seculares continuam aí, funcionando normalmente? Essa pergunta, no entender dos ex-alunos, dos pais e de muitos professores, envolve um somatório de problemas que vieram se acumulando nas duas últimas décadas. “Foi má administração total, um conjunto de coisa. Havia muito empreguismo, favorecimentos, essas coisas”, afirma Yara Castillo, opinião que é também de Gladis Fay: “Houve má administração, embora, no meu entender, a derrocada tenha começado quando o colégio começou a aceitar alunos em provas de recuperação que vinham de outros colégios. Com isso vieram maus elementos, gente barra pesada, e a escola começou a ser mal vista. Aquilo também era um cabide de empregos”. A Associação dos Ex-Alunos do Colégio Cruzeiro do Sul (cujo presidente, Reni, está viajando) não poupa críticas à direção e aos mantenedores da instituição, aos quais acusa de sonegar informações a respeito não só do passado recente como do destino que será dado ao imóvel. “Há muitos boatos correndo, inclusive de que teria sido vendido à Ulbra. O certo é que é tudo muito nebuloso, há uma caixa-preta para ser aberta, a igreja não abre as coisas”, diz Gladis Fay.Sabe-se, por exemplo, que existem várias dívidas trabalhistas a serem pagas e que uma parte do terreno foi vendido para uma grande construtora da cidade. Gladis e Yara rechaçam os argumentos que culpam a inadimplência dos pais e a crise econômica e acusam os responsáveis pela escola de terem sucumbido às tentações da especulação imobiliária. “Eu acho que isso, a especulação imobiliária, colaborou para o fechamento”, opina Gladis. “Se inadimplência e crise fossem as causas não sobrava nenhum colégio em Porto Alegre”, duvida Yara Castillo. Segundo ela, já no final dos anos oitenta a Igreja Episcopal começou a vender bens do Cruzeiro, o que sinalizava uma vontade de, aos poucos, desfazer-se de todo o patrimônio. De qualquer forma, os dois prédios continuam de pé e – se alguém comprou algum deles (a área reservada aos esportes já teria sido vendida) – ainda não se dispôs a construir outra coisa em seu lugar.Logo após o fechamento, a Associação, os pais e muitos alunos manifestaram sua surpresa e revolta, promovendo atos públicos à sua volta, como um abraço simbólico à escola. Na época eles também procuraram a mídia para externar suas dúvidas e posições. O ex-governador, ex-ministro, ex-aluno e deputado Jair Soares participou das manifestações que, aos poucos, no entanto, foram caindo no esquecimento.Mesmo protestando e acompanhando toda a situação, os integrantes da Associação dos Ex-Alunos não têm esperanças de que o Cruzeiro do Sul reabra suas portas. “É, agora somos ex-alunos de um ex-colégio”, lamenta a dentista Gládis, que guarda na memória os nomes de alguns professores e diretores inesquecíveis: Alfredo Pradelino da Rosa, Jorge Henning, Paulo Appel, Ripol...Segundo a Igreja, a crise econômica foi a causaInadimplência, redução do número de alunos, crise econômica, diminuição do poder aquisitivo da população, altos custos, ações trabalhistas. Estes são, em linhas gerais, os argumentos apresentados pela Igreja Episcopal Anglicana como explicações para o fim do Cruzeiro do Sul.“Nos últimos cinco anos decresceu o número de alunos, que já não passavam de 300”, afirma Dom Orlando Dias de Oliveira, bispo diocesano e presidente do conselho da Comissão Mantenedora da escola. “Além disso havia muita inadimplência e um passivo de ações trabalhistas. Colabora também o fato de que Teresópolis é um bairro de classe média baixa”, destaca ele.Segundo o bispo, a igreja relutou no fechamento definitivo: “A gente não queria fechar mas chegamos a um ponto de insolvência, e é preciso ver que não somos um caso isolado. Estamos dentro de um quadro de dificuldades vivido pelo ensino privado, com toda a concorrência que está acontecendo no setor”. D. Orlando cita ainda o quadro recessivo da economia brasileira e as conseqüências que isto trouxe ao ensino. Responsável pelo colégio – que é um patrimônio da Igreja Episcopal, cuja sede nacional é em Porto Alegre (são 50 mil fiéis no Rio Grande do Sul e 250 mil no Brasil) – o bispo lembra que o Cruzeiro do Sul, em seus bons tempos, chegou a ter cerca de 1500 alunos matriculados no primeiro e segundo graus e também no internato. Ele orgulha-se do passado do colégio, que “estava no mesmo nível de um IPA, do Colégio Militar, do Farroupilha, do Americano”, procurando “uma educação integral, com esportes, cultura e atividades extra-curriculares”. Escola particular, “que acolhia qualquer pessoa, sem fazer catequese”, o Cruzeiro do Sul chegou a contar com um quadro de 70 professores das mais diferentes confissões religiosas, “inclusive de origem judaica”. Criado pelo bispo Willian Thomas, um missionário norte-americano que, em 1890, veio diretamente dos Estados Unidos para Porto Alegre, o Cruzeiro iniciou modestamente, em uma velha casa do bairro Partenon. Nos anos trinta iniciou-se a construção dos dois prédios atuais, em Teresópolis. O colégio sempre foi aberto à comunidade, funcionando em dois turnos – manhã e tarde. Segundo o bispo, a igreja está estudando propostas de compra do terreno e dos prédios, que faz divisa com o Teresópolis Tênis Clube. “Estamos pensando no que vamos fazer com o patrimônio. Há muitas pessoas procurando, até para alugar.”Atualmente há uma comissão mantenedora estudando essas e outras questões e dando prosseguimento à parte burocrática, já que existem uma série de procedimentos legais a serem cumpridos junto ao Conselho Estadual de Educação. Segundo ele, os prédios não estão abandonados (embora tenham sofrido visível depredação), contando com um serviço permanente de vigilância 24 horas ao dia. Em seu auge, o Colégio contava com 1.500 alunos e cerca de 70 professores (COPIADO DO JORNAL DA ZONA SUL) COMENTÁRIOS: 1 - COMENTÁRIO DE O MARAVILHOSO MUNDO DA FRU disse... Meu Deus, como eu queria ter poderes para investir e começar tudo outra vez. Morrer , nunca vai, porque são muitos os corações Cruzeiristas que não deixarão, mas é muito triste passar ali e sentir-se roubada de um pedaço de existência tão maravilhoso, como o que nós tivemos.Enfim, vou ajudar sempre, a mémoria deste meu segundo lar, a continuar vivo . 2 - COMENTÁRIO DE REGINA LEMOS : Queridos amigos!Estou falando há muitos anos que precisamos escrever um livro sobre as nossas histórias vividas no Cruzeiro do Sul.O colégio nao mais existe mas nós estamos aqui e vamos preservar a sua memória onde passamos grande parte de nossa infância e juventude. O Cruzeiro vive dentro de cada um de nós e jamais esqueceremos os ensinamentos que adquirimos neste educandário,como também nossos queridos professores, embora na época, nem tivéssemos consciência de que eles eram realmente grandes mestres,haja vista que hoje estamos aqui,tentando resgatar tudo o que temos dentro de nossos corações.Vamos então começar a escrever tudo o que guardamos na memória ...Cada um faz a sua parte e é assim que vai nascer o nosso livro .,o livro escrito pelos ex-alunos que amam o Cruzeiro do Sul.Gostaram da idéia?Então maos à obra!Abraços e beijosRegina Lemos

Um fio invisível

Um fio invisível tecido pelo sentimento,tingido pelo ideal, costurado pela alegria.Este fio vem tramando uma nova história da nossa amizade Cruzeirista, partindo exatamente do ponto do afastamento, de tal forma que ele deixou de existir.Hoje somos nós ontem e mais um pouco!Gilda

Casarão Antigo...

"Tinha, prá nós, o casarão antigo, aspectos de tenda de castigo, com o fantasma do estudo andando perto। Hoje, porém, que a caminhada é finda, o casarão é uma saudade linda entre as saudades, que a chorar, desperto..."Kraemer Neto1969

O Sino

"Passei a vida inteira ouvindo o badalar do sino do Cruzeiro do Sul, já que morava praticamente em frente ao colégio, na Av. Arnaldo Bohrer, em Teresópolis. Tocava diariamente para avisar os alunos de que as aulas já iriam começar.Aos domingos silenciava e sentíamos a falta daquela sonoridade, a qual estávamos acostumados. Era um sino e tanto, majestoso, imponente e ficava bem ali, na entrada do prédio, em um cantinho que era só dele. Com a morte do Cruzeiro, houve tentativa de furto e, certamente, o sino teria vida curta. Poderia ser derretido ou vendido por qualquer trocado por um carroceiro que foi pego em flagrante delito.Felizmente, um cruzeirista, de verdade, saiu atrás do ladrão e resgatou o velho sino, trazendo-o de volta ao seu lugar de origem. Seria mais uma perda incalculável, mas este, foi salvo, Graças a Deus!" ReginaLemos

Caminho Mágico...

Este portão dava para o atalho que havia entre a Av. Belém, na igreja da Ascensão e o Colégio Cruzeiro do Sul. Este caminho era mágico, pois , como em um conto de fadas, tinha ponte, riacho, floresta e a nossa imaginação criava mil histórias em torno desta bela e encantadora trilha misteriosa... HELOISA HELENAS.VELASCO FRIEDRICH
COMENTÁRIO DE GILDA: Esta foto e a anterior, são fruto de um passeio nostálgico que fiz num dia radioso de sol, quando visitei meu antigo Colégio,hoje desativado como educandário. Contemplei e fotografei o Cruzeiro hoje, e vi com tristeza muita coisa desfeita. Tudo mudou,mas não dentro de nós. O Cruzeiro de Sul, colégio que ensinou gerações da minha família permanece vívido e com uma história de glórias e realizações incontestáveis, que hoje formam o seu maior patrimônio: a verdade dos nossos corações. Ser Cruzeirista é uma forma de entender a vida, uma forma de pensar, uma forma de realizar. Assim que estamos aqui neste blog por puro amor ao Colégio e a sua história marcante e imorredoura! GILDA TWEEDIE

Érico Veríssimo

Érico Veríssimo "Erico Lopes Verissimo nasceu em Cruz Alta (RS) no dia 17 de dezembro de 1905, filho de Sebastião Verissimo da Fonseca e Abegahy Lopes Verissimo.Em 1909, com menos de 4 anos, vítima de meningite, agravada por uma broncopneumonia, quase vem a falecer. Salva-se graças à interferência do Dr. Olinto de Oliveira, renomado pediatra, que veio de Porto Alegre especialmente para cuidar de seu problema.Inicia seus estudos em 1912, freqüentando, simultaneamente, o Colégio Elementar Venâncio Aires, daquela cidade, e a Aula Mista Particular, da professora Margarida Pardelhas. Nas horas vagas vai o cinema Biógrafo Ideal ou vê passar o tempo na Farmácia Brasileira, de seu pai.Aos 13 anos, lê autores nacionais — Coelho Neto, Aluísio Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Afrânio Peixoto e Afonso Arinos. Com tempo livre, tendo em vista o recesso escolar devido à gripe espanhola, dedica-se, também, aos autores estrangeiros, lendo Walter Scott, Tolstoi, Eça de Queirós, Émile Zola e Dostoievski.Em 1920, vai estudar, em regime de internato, no Colégio Cruzeiro do Sul, de orientação protestante, localizado no bairro de Teresópolis, em Porto Alegre. Tem bom desempenho nas aulas de literatura, inglês, francês e no estudo da Bíblia...."

História do bairro Teresópolis

História do bairro Teresópolis TERESÓPOLIS A área onde situa o bairro Teresópolis fazia parte da Sesmaria de Sebastião Francisco Chaves. No ano de 1876, Guilherme Ferreira de Abreu loteou um terreno de sua propriedade, na qual se assentaram algumas famílias de imigrantes italianos, e o nome de loteamento teria sido homenagem a seu irmão, Francisco Ferreira de Abreu, médico carioca que foi agraciado por D. Pedro II com o título de Barão de Teresópolis. Por desfrutar de clima ameno devido à presença de mata nativa, havia na área algumas chácaras destinadas ao repouso e veraneio e outras à produção de hortifrutigranjeiros, com destaque para as parreiras e produção de vinhos, bem como a criação de animais de pequeno porte. A partir de 1901, foram comercializados outros terrenos pela Companhia Territorial Rio-Grandense, empresa responsável pelo loteamento de áreas em toda a cidade, configurando o bairro enquanto tal. A Praça Guia Lopes — localizada em uma área doada por Maria Luiza Fernandes, esposa de Antônio Manuel Fernandes, ex-presidente da Câmara Municipal – tornou-se o núcleo central de Teresópolis, e seu primeiro nome foi Praça Dona Maria Luiza. A circulação de bondes no bairro, no início do século XIX, proporcionou o aumento da população do mesmo e, logo em seguida, foi construída a Capela Nossa Senhora da Saúde, em homenagem à protetora dos imigrantes italianos que ali residiam. Em 1910, acontece na praça a primeira Festa da Uva do Rio Grande do Sul, organizada por moradores da Vila Nova e Teresópolis. O bairro também foi responsável pela realização da segunda Festa da Árvore, existindo ainda hoje, na praça, um monumento em referência à preservação das mesmas. Em 1916, a capela tornou-se paróquia e, logo após, sede de curato. A instituição foi responsável pela criação da Escola Paroquial, que mais tarde concretizou-se enquanto Colégio São Luiz. Outra instituição a fazer parte do Bairro foi a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil em 1923, construída sob influência da arquitetura gótica. Antes da sua construção, a Igreja instalou-se, em 1916, na hoje extinta Escola Cruzeiro do Sul, na qual passaram célebres personalidades como Erico Verissimo e Josué Guimarães. Posteriormente outras importantes instituições vieram a se integrar ao Teresópolis, como o Hospital Espírita de Porto Alegre (1914), o Círculo da Luz (1954), que é uma organização baseada na doutrina espírita de Allan Kardec, o Departamento de Tênis do Clube Leopoldina Juvenil (1938), que posteriormente concretizou-se no Teresópolis Tênis Clube (1944), o Instituto Feminino de Correção (1950), inicialmente organizado pelas irmãs da ordem religiosa do Bom Pastor, e que passou a denominar-se Penitenciária Feminina “Madre Pelletier” (1970), o Patronato Lima Drummond (1946), uma Fundação destinada à recuperação de presidiários, a Casa Bom Pastor (1936), atualmente um pensionato feminino, e a Sociedade Beneficente Nossa Senhora da Saúde de Teresópolis (1958), que desenvolve um trabalho na área da Assistência Social. Hoje, o bucólico bairro de Teresópolis convive com intervenções da urbanização da Cidade como a construção da III Perimetral, que trouxe transformações de porte para área. Referências Bibliográficas: FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: Guia histórico. Porto Alegre: Ed. Da Universidade/UFRGS, 1992. RIELLA, Carlos, Et al. Teresópolis. Porto Alegre: Unidade Editorial da Secretaria Municipal da Cultura, 2004. " (Observatório da Cidade de Porto Alegre)

Uma Família Chamada Cruzeirista

Era uma vez uma família chamada Cruzeirista que morava em um bairro denominado Teresópolis. Neste bairro havia várias ruas e avenidas, entre as quais, a Av. Belém, onde todos se conheciam, eram parentes e amigos...Uma outra rua existia com o nome de Arnaldo Bohrer, próxima a Av. Belém, onde estava a casa grande de toda a família: O Colégio Cruzeiro do Sul! Este colégio pertencia a Igreja Anglicana bem como o Seminário e a Igreja da Ascensão. Eu, membro desta família, morava em frente ao Clube Teresópolis e da Igreja da Ascensão, onde havia um mágico caminho que encurtava as distâncias entre estas duas ruas. Caminho com riacho, ponte, floresta , e era “encantado” na minha imaginação... Minha casa era extensão desta Igreja e deste Colégio, pois os seminaristas, reverendos e alguns professores , quase todos os domingos, almoçavam lá em casa, após o culto. Diretores, reverendos, professores , educadores vocacionados, integrados com os pais na tarefa de estimular, desenvolver e orientar as aptidões do aluno para aperfeiçoamento e desenvolvimento das suas capacidades físicas, morais e intelectuais, ensinavam a viver!!! Alguns nomes famosos que estudaram neste Colégio surgem na memória : Érico Veríssimo, Josué Guimarães, Assis Brasil e também professores inesquecíveis pela sua competência e grande carisma como : Professor de português - Alfredo Pradelino da Rosa; dois grandes professores de História - Professor Heitor Alves e o Reverendo Nataniel Duval da Silva; o querido diretor Paulo Appel e sua esposa Da. Ilka; o professor Ernany Jaeger; Jorge Hennig; Jaime; a professora de canto Orfeônico Totta Leal; a professora de Artes de sobrenome Círio e tantos outros , que me desculpem, por não citar, pois escreveria um livro só de nomes destas pessoas tão queridas... O Colégio proporcionava, além das aulas, uma participação da sociedade nas comemorações das datas festivas do calendário, o Dia do Fico, as Olimpíadas (partidos rubro, branco, azul, ouro), bailes no Teresópolis, Mis Brotinho, e as glamourosas formaturas no Teatro São Pedro, coral, apresentações de teatro, etc... A Comunidade estava integrada e todos faziam parte desta grande família... Muitas almas gêmeas se encontraram, namoraram, casaram e seus filhos continuaram estudando no Cruzeiro. O Colégio era minha própria casa, pois ia para as aulas com alegria para estudar e encontrar os colegas e os educadores amigos. Foram anos dourados, maravilhosos e mágicos e o brilho desta época permanece até hoje em nossas vidas...As pessoas eram valorizadas e o respeito se fazia presente. Com certeza, podemos ainda ouvir, bem no fundo de nossos corações, a melodia entoada nas aulas de Canto Orfeônico : “...E lembremos mais tarde, saudosos, Sob o céu do Brasil sempre azul, Que aprendemos a ser virtuosos No COLÉGIO CRUZEIRO DO SUL. Heloisa Helena Santiago Velasco Friedrich

Bonde Gaiola

Quando olho esta foto do bonde gaiola, volto à infância e aos velhos tempos no bairro Teresópolis, onde cresci cercada por verde e perfume de flores na primavera. Mal tinha saído das fraldas, quando meus pais compraram uma residência na Av. Arnaldo Bohrer,358, em Teresópolis. E para lá fomos nós de "mala e cuia" viver em um bairro, onde o clima era considerado muito bom para a saúde..Ar puro, muito verde e um colégio tradicional, bem ali em frente de casa....Era o Cruzeiro do Sul, o Colégio onde estudou o autor de "Olhai os Lírios do Campo", Érico Veríssimo. Cresci mais um pouco e aos 7 anos entrei para o primeiro ano primário. Naquela época não havia Jardim da Infância. Minha mãe lamentava muito, pois queria me ver logo na escola. Dizia que eu era muito "sabida", já que começava a descobrir as palavras das propagandas e reclames dos bondes....mas nao teve jeito, tive mesmo que esperar completar os 7 anos de idade para ingressar na escola. Uniforme, livros, cadernos e lá fui eu....direto para o Cruzeiro, o colégio que ficaria para sempre dentro de meu coração. Na hora do recreio, a merenda era em casa mesmo e sempre levava uma amiga para tomar o lanche preparado por minha mãe: vitamina de frutas e pãozinho fresco. Minha vida inteira escolar foi neste educandário, nas salas de aula, na quadra de vôlei, nos eventos sociais e esportivos. Quando as aulas terminavam, os alunos que moravam mais distante, costumavam voltar para casa, usando um transporte que era lento, seguro e nao poluía o ar por ser movido a eletricidade: o famoso bonde. Tinha um que balançava pra´´ lá e pra´´ cá...era o" Gaiola".Eu olhava para aquela multidão que andava até a parada, na esquina da Arnaldo Bohrer com Avenida Teresópolis. Morava em frente ao Colégio, não precisava pegar o bonde, no entanto, ficava com aquela vontade de viajar, de preferência em pé, no estribo. .Para não "ficar de fora", eu acompanhava a garotada, subia no bonde e descia logo depois, retornando a pé para casa. Afinal, recebíamos orientação de nossos mestres, que o importante era participar...então eu me juntava a eles neste "retorno coletivo". Muitos dos meninos que andavam no bonde costumavam descer com este ainda em movimento. Eu também queria fazer o mesmo, mas sempre caia no chão. Até que aprendi o segredo.Tinha que saltar com o veículo andando, mas com passos rápidos para a frente, como se estivesse em uma corrida. Deu certo e nunca mais fui ao chão. As aventuras de meninas não eram muito diferentes daquelas praticadas pelos meninos. Estávamos acostumados a estudar na mesma sala, dividir a mesma cancha de vôlei e até disputar medalhas com eles durante as Olimpíadas. Por que não participar da "volta para casa" e saltar com o bonde andando? Tudo era diversão, principalmente as curtas viagens nos bondes elétricos que deixaram de circular em março de 1970, após 62 anos de funcionamento e que continuam entusiasmando os saudosistas, que afirmam ser este veículo o mais barato e seguro de todos os tempos. Regina Lemos

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Acho que a nossa história inicia...

Acho que a nossa história Cruzeirista inicia pelo Caminho Encantado. Este Caminho Encantado ,na realidade ,começou no dia em que nossos pais nos matricularam no Colégio Cruzeiro do Sul, fazendo uma escolha consciente e definitiva para o futuro dos seus filhos. Pudemos constatar, no convívio de anos ,que nada poderia ter sido melhor para nossas vidas. E as gerações posteriores fizeram o mesmo com seus filhos ,e daí com os filhos dos seus filhos.Porisso Cruzeiro do Sul é história. O caminho encantado que trilhamos colhendo frutas, brincando com os gansos, pulando riacho, sentindo o perfume da terra molhada e da relva fresquinha é , além da memória de uma brincadeira juvenil, o simbolo de uma trajetória desenhada a dedo pelos nossos mestres de então. Realmente , a filosofia do amor responsável, da educação embasada em princípios morais e éticos bíblicos, na fidelidade à amizade,no respeito a todas as religiões,raças, credos, no convívio com alegria e respeito, na diversão sadia e estimulante,nas competições esportivas frequentes, no conhecimento, no verdadeiro mérito, ergueram um esteio de vida para todos que lá estudaram e se dedicaram a absorver a farta sabedoria que nos era transmitida então. Este foi ,na verdade ,o melhor e o mais fantástico CAMINHO ENCANTADO que poderíamos trilhar, porque não acaba. Um caminho que mostra o Norte,o sul,o leste e o oeste, o caminho direcionado por uma constelação de estrelas que está lá no céu, (olhe para cima todas as noites), sim, lá está eternamente o CRUZEIRO DO SUL ! Gilda Tweedie.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Igreja da Ascensão

Quem estudava no Cruzeiro do Sul em regime de internato costumava assistir os cultos,aos domingos à noite, na Igreja da Ascensao, localizada na antiga Avenida Belém. Eles passavam pelo "caminho" e poucos minutos depois já estavam naquela área verde e nas dependências da Igreja. O badalar do sino avisava que o culto já iria começar. Ouvia-se então o som do órgão .... Eu ficava maravilhada .....e todos, em pé, cantavam o hino. Muitas vezes, após o culto, entrava pelo salão de festas e corria para perto do instrumento. Sem conseguir me conter, sentava no banco e tocava, de ouvido, "Noite Feliz'.. Meus pés mal alcançavam os pedais...eu tinha de fazer muita ginástica já que não passava de uma criança de uns 9 ou 10 anos. O reverendo, após o culto, costumava ir para a frente da igreja cumprimentar e conversar com os participantes..E eu nao queria sair de perto do órgão....tocava bem baixinho, do meu jeito.... Mais tarde, com os coleguinhas, costumava brincar na área verde, cheia de flores e árvores frutíferas, na tentativa de conseguir alguma pitanga, araçá ou coisa parecida para comer, já que as peras cresciam em árvores muito altas e eram difíceis de serem colhidas. Na volta para casa, percorríamos a mesma trilha.'...,Iamos olhando as flores, plantas, até avencas cresciam nas áreas mais úmidas.Se fosse à noite, usávamos uma lanterna para iluminar o "caminho encantado". Os alunos então retornavam para seus alojamentos e os moradores do bairro iam para suas casas. Assim eram os domingos, na Igreja da Ascensão Regina Lemos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Domingos Floridos

DOMIGOS FLORIDOS Costumava atravessar o caminho para ir à escola dominical que começava às 10 horas da manhã, depois do culto. Andava olhando por todos os lados, já que precisava me proteger dos gansos que corriam atrás de qualquer um que por ali passasse. Mas como eu era mais rápida, eles nao conseguiam me alcançar. Os gansos eram criados pela família Appel e viviam soltos por ali. Eram lindos e eu ficava olhando para eles, com aquela plumagem branquinha....mas nao eram muito dóceis e nao queriam conversa . Pelo caminho, ia observando a vegetação, as flores do campo que por ali cresciam, as margaridas amarelas que davam um toque de beleza ao lugar. Havia muitas begônias e pés de cafés..por todos os lados.Era uma mini floresta...encantada ...com o ar mais puro que pudera sentir, com cheiro de mato e perfume. Quando chovia, andava com cuidado para não sujar muito os sapatos com barro, por isso escolhia caminhar sobre a grama que com a chuva exalava um cheiro que parecia mistura de terra molhada com perfume vindo das árvores, impossível de descrever ... Andava até chegar à Igreja, onde a garotada já aguardava a hora da reunião de domingo. Após a aula, retornava pra a casa de meus pais,em frente ao colégio, pelo mesmo caminho que ainda está lá, até hoje, sem o pomar, sem os pés de café e sem o encantamento que até hoje guardamos na nossa memória afetiva. Regina Lemos

Caminho Encantado

..."eu as colhia e levava um bouquet para a minha mãe..as margaridas faziam parte do cenário do caminho encantado... Regina lemos
O CAMINHO ENCANTADO Quem nunca transitou por aquele caminho, na área do Colégio Cruzeiro do Sul que dava acesso aos jardins floridos da Igreja da Ascensão, em Teresópolis? Todos os alunos por lá andaram, com certeza. Ou para irem à Igreja ou para "subtrairem" as bergamotas que cresciam abundantemente no pomar. Laranjas e bergamotas...amarelinhas ou verdes eram uma tentação. Comíamos até as que nao estavam maduras e nunca tínhamos dor de barriga por isso. Até agora nao sei por que motivo o pomar foi destruído.Será que por causa das investidas dos alunos? Nao quero pensar nisso, seria tão mesquinho. Afinal, as frutas nao são para serem comidas?Tanto faz se estão no ponto ou ainda verdes. Criança come tudo o que vê pela frente e frutas... nunca fazem mal à saúde, principalmente as "roubadas" que para nós deveriam ter sabor diferente . Tínhamos que subir no pé e chegar até os galhos para pegar uma. Era uma aventura e tanto. Mas o pomar foi destruído para infelicidade dos alunos que nunca mais puderam subir nos galhos para apanhar uma frutinha, mesmo que tivesse gosto azedo. O melhor de tudo era a brincadeira.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bandeira do Cruzeiro do Sul

BANDEIRA DO CRUZEIRO DO SUL

O CAMINHO ENCANTADO

Este era o caminho encantado .Foto do colega Cláudio

E ESSE CAMINHO ERA MÁGICO MESMO, SEMELHANTE AQUELE FEITO POR DOROTHY NO FILME MÁGICO DE OZ.TINHA NO SEU RIACHINHO, QUE PASSAVA LOGO APÓS NESTA MEMORÁVEL, TRILHA ENTRE O COLÉGIO E A IGREJA EPISCOPAL,...BORBOLETAS, MUITAS BORBOLETAS, CENTENAS DE BORBOLETAS MARAVILHOSAS COM SUAS ASAS BRILHANDO NAQUELE SOL, QUE SÓ EXISTIA NAQUELE TEMPO COM SUA INCRIVEL CLARIDADE! E PASMEM VOCES CRUZEIRISTAS....TARTARUGUINHAS, CHAMADAS CÁGADOS, QUE EXISTIAM ÀS CENTENAS, NAS MARGENS DESTE RIOZINHO. NÓS, ESCOTEIROS, SEMPRE ÍAMOS PASSEAR NAS MARGENS E NA CASCATA, QUE FICAVA LOGO ATRÁS DO COLÉGIO, QUASE NA DIVISA DA RUA MESQUITA, E TRAZÍAMOS SEMPRE ALGUMAS DELAS PARA FICAREM, ANDANDO EM NOSSAS PALMAS DAS MÃOS...ERAM PEQUENINAS MESMO....E DEPOIS DEIXÁVAMOS QUE ELAS FICASSEM NUM AQUÁRIO ESPECIAL QUE TÍNHAMOS EM NOSSA SEDE ESCOTEIRA, DEBAIXO DA CASA DO REVERENDO KLEEMAN, INICIALMENTE, E DEPOIS, NUMA DAS SALAS DO VELHO CASARÃO DO INTERNATO....UMA DAS PESSOAS QUE SEMPRE IA LÁ NOS VISITAR E A SEU FILHO LUPINHO, QUE PERTENCIA A TROPA ESCOTEIRA, ERA O FAMOSO COMPOSITOR DA MÚSICA *SE ACASO VOCE CHEGASSE *LUPICINIO RODRIGUES*

Texto de Duval Dornelles

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Jair Soares, Érico Veríssimo, Josué Guimarães, Assis Brasil

Jair Soares, Érico Veríssimo, Josué Guimarães, Assis Brasil marcaram passagem no Colégio Cruzeiro do Sul.
Érico Veríssimo
Érico Veríssimo, Josué Guimarães, Assis Brasil,
personalidades marcantes no Colégio Cruzeiro do Sul.

sábado, 18 de julho de 2009

Zair da Silva, Maria luiza, Helga, Vera Kaross

Zair da Silva, Maria Luiza, Helga, Vera Kaross

Turma Admissão ao Ginásio

Turma Admissão ao Ginásio / Tania e Gilda com a Professora Maria Marino

Turma 57 Terceiro Ano Científico

Turma 57 Terceiro Ano Científico

Sala de Aula de Admissão ao Ginásio

Sala de aula de Admissão ao Ginásio Tania e Gilda com a professora Branca

João Luiz Burlamarque, Sonia Leite, Paulo Silva, Nadya

João Luiz Burlamarque, Sonia leite, Paulo Silva, Nadya e...
Sonia foi minha colega de aula ( Heloisa Helena )

Cruzeiristas

Marilia e...

Delci Alves, Heitor Alves, Tânia Alves

Delci Alves, Heitor Alves, Tania Alves...

Convite

Convite

Convite

Convite

Convite

Convite

Convite

Convite

Assinaturas

Assinaturas

Assinaturas

Assinaturas

Assinaturas

Assinaturas

Sheila, Ivanéri e Luiz

Sheila, Ivanéri e Luiz

Rejane Rolin, Reni, Delci, Sílvia e Clairton

Rejane Rolin, Reni, Delci, Silvia e Clairton

Delci, Terezinha, Rejane Rolin, Yara

Delci, Terezinha, Rejane Rolin , Yara...